terça-feira, 27 de julho de 2010

Reflexão

Imaginava como seria dentro do espelho. Será que era diferente? Parecia o mesmo mundo. Os mesmos banheiros, quartos. Infelizmente só enxergo partes desta dimensão. E quando tento fazer contato com esta terra, sou interrompido por mim mesmo. Ele imitava cada movimento meu. Chegava a irritar. Mas não poderia ser culpa dele. Talvez ele só quisesse entrar aqui, e eu o estava atrapalhando. Tentei sair de seu caminho. Não adiantou, pois fez o mesmo. De qualquer forma, nada funcionaria. Estamos destinados a ficar-mos presos por culpa de nossos próprios atos, sem ao menos alcançar-mos o outro lado.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O Vilão da história

Seu único intuito é vencer seu oponente. Sua aparência não surpreendente. Um tanto sem graça. Diferente de seu inimigo, não possui nenhum poder. É fraco. Teve que se virar durante toda a vida. Sem ajuda. Sozinho. Nunca desejou estar naquele estado. Fazer maldades. Tudo o que sempre quis foi ser amado. Ser admirado. Mas o herói sempre se interpôs. Ganhava todos com sua beleza, musculatura e super-poderes. Enquanto isso, o outro ficava no canto. Odiosamente observando a situação. Guardava rancor daquela criatura. Ao contrário dele, era desprezado por todos. Julgado. Não era bem vindo. Condenado por ser apenas humano.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sentindo...

Nunca a conheci. Não sei da existência dela. Mesmo assim anseio por nosso encontro. Quero achá-la. Abraçá-la. Sair com ela mais uma vez. Lembro de observarmos as estrelas. A lua. De Passearmos fantasiados, não nos importando com o que pensassem. Compartilharmos flores. Assistirmos um anime tomando sorvete de menta. Me preocupo com ela. Imagino como terrível seria perdê-la. Prometo jamais abandoná-la. Estou a cada dia mais apaixonado por minha desconhecida amada.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Passatempo de uma garota

Não entendo as pessoas as vezes. Se gosto não se discute por que implicam com o meu? Gosto de matar pessoas. Já virou um hobby. Ainda lembro da minha primeira vez. Tinha uma garota que sempre implicava comigo. Era daquelas “amigas” que ficam em rodinhas e fofocam sobre os outros. Mas ela me deixou puta mesmo quando eu estava gostando de um garoto. Certa vez resolvi falar com ele e ela simplesmente o puxou e lascou um beijo nele. Infelizmente para ela, já sabia cada passo da garota. Como ela sempre saía durante as aulas para retocar a maquiagem, só aproveitei um desses momentos e a matei. Uma pena ser tão inexperiente naquela época. Matar por causa de um moleque foi a pior coisa que poderia ter feito. Ao menos me diverti. Consegui ficar com o garoto, mas ele apenas o fez para ver se me comia. Não devia ter falado isso para mim. O azar foi o dele, morreu depois do encontro. Devo ter sido a única aluna que levava um cutelo na escola. Havia um tipo de depósito abandonado lá. Deixei os dois corpos no lugar. Devem até ter dado conta deles. Não é mais problema meu. Foi difícil revelar esse gosto e as experiências aos meus pais. Ficaram realmente tristes. Mamãe não acreditou. Ficava repetindo que não ouviu aquilo. Que era apenas imaginação. Papai não parava de gritar comigo. Quase me batendo. Falava que uma menina como eu não deveria fazer algo desse tipo. Porém não chamou a polícia. Disse que esqueceria daquilo, desde que nunca mais fizesse algo assim. Levou minha mãe para o quarto. Sem aceitação, nem compreensão, restou-me apenas fugir de casa. Esperei os dois estarem em sono profundo. Levantei. Coloquei uma roupa, peguei a chave do carro, a machadinha, todo o dinheiro que possuía e saí. Uma sorte meu pai ter me ensinado a dirigir antes do acontecimento. Qual o problema afinal? Pelo menos não mato animais. Sempre fui vegetariana. Me acham assassina mas não fazem questão de matar para sobreviver. E os que fazem roupas com pele? Arrancam o couro dos animais enquanto eles estão vivos. Um dia irei atrás deles. Agora vivo mudando de cidade. Só eu e meu cutelo a procura de algum entretenimento.

domingo, 11 de julho de 2010

A-MAR

O capitão e O navio. Relação profunda. Não importa a época, o barco, a nacionalidade, estão sempre juntos. E nesse entrelaço homossexual eles compartilham carinhos. Enquanto um cuida da saúde, higiene e aparência do parceiro; este corresponde ao ato levando o amante a vários lugares maravilhosos, para experiências exóticas, acolhe-o. Claro que nem tudo é um mar de rosas. Existem os problemas. As dificuldades. Desentendimentos. Mesmo assim, não se separam. Unidos até que a morte os afunde.

domingo, 4 de julho de 2010

Rotina

Um dia você visita sua tia e, dentre as fotos da parede, observa a imagem de seus bisavôs. Passado isso, segue com sua vida:Estuda, se forma, trabalha, constitui família, até se encontrar estampado em um pedaço de papel, dentro de um porta retrato, sendo observado pelo bisneto na casa da tia dele.