sexta-feira, 25 de junho de 2010

Tragédia épica

Um bravo guerreiro desejava a mão da filha de um rei muito poderoso. Então, seguiu até o palácio do reino e se apresentou ao velho homem. Para convence-lo, contou-lhe detalhadamente todas as suas aventuras, como agiu corajosamente onde ninguém agiria e sua sabedoria diante de enigmas desafiadores. A moça, que estava ao lado do pai, ficou um tanto impressionada. Já o senhor, não se convenceu.
Quando o jovem estava para desistir, o fidalgo o interrompeu e propôs um desafio. O aventureiro deveria subir até o topo de uma montanha, localizada no reino inimigo, e trazer um item especial daquele lugar como um presente a ele. Porém, durante a jornada, ele não poderia matar ninguém. Imediatamente o moço se dirigiu ao lugar. Encontrando-se com oponentes, enfrentava-os e derrotava-os, obedecendo a regra da proposta. Chegando ao local, logo encontrou o que procurava. Apesar de não ter informações do que era, reconheceu-o. Tratava-se de uma flor raríssima, encontrada apenas naquela região. Arrancou-a e voltou para o palácio.
Encontrou-se com o ancião, contente em sua vitória. Mas, ao entregar o presente, o velho reagiu de forma inesperada. Mandou que prendessem o homem e o executassem. Desesperado, o guerreiro indagou ao rei a razão do tumulto. Respondeu que a regra foi quebrada. O acusado afirmou não ter matado um só ser durante todo o percurso. O sábio virou-se e disse-lhe: “É aí que te enganas. Tiras-te a vida da flor. Não se deve tirar a vida de nada, não importa quão singelo ou trivial algo seja. Todos tem direito a vida. Se não chegasse com a flor morta, teria a mão de minha filha. Como fez o oposto, que se case com a morte!”. Assim, o prisioneiro foi levado e morto, refletindo no erro que cometeu.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Nossa, mas que texto forte! Forte e belo, duas palavras que são difíceis de se encaixarem, mas que servem para um comentário sobre seu texto.

    Muito bom! Gostei bastante.
    Não sei onde vc vai parar se continuar escrevendo assim...

    Beijones,

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